Eu, Deus e a vacina

Sempre falam que a gente só entende os pais quando nos tornamos pais. É verdade. Agora que sou mãe entendo muito mais a minha mãe, mas surpreendentemente para mim, entendo um pouco mais a Deus também.  Embora continue sem entender muitas coisas, entendo um pouco o modo de Deus agir nas nossas vidas. Outro dia, tive que levar minha filha de 2 anos para tomar a segunda dose da vacina da gripe. Quando chegou ao posto ela já ficou desconfiada e quando fomos à sala de vacinação ela começou a chorar e dizer que não queria ir, que ia doer e me olhava como se não acreditasse que eu ia deixar aquilo acontecer com ela outra vez. Aquilo partiu meu coração, mas meu dever de mãe era deixar que ela passasse por aquele sofrimento, pois ela precisava da vacina.
Frente aos desígnios de Deus, muitas vezes agimos como uma criança de 2 anos. Não conseguimos entender como alguém que nos ama tanto pode nos causar dor, nos disciplinar, nos negar algo que queremos tanto ou deixar que outras pessoas nos machuquem ou magoem.
Sempre tive dificuldade de aceitar as coisas ruins que acontecem com as pessoas e com o mundo. Há coisas tão terríveis que tornam muito difícil aceitar que Deus deixe que elas aconteçam. Agora entendo, pelo menos, que de alguma forma nós precisamos passar por tudo isto. Talvez alguns males sejam como uma vacina, que vão de alguma forma impedir algo ainda pior e Deus, na sua sabedoria, nos permite passar por eles mesmo que isto parta seu coração.

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